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Paris terá “clubes de jogos” em 2018

Sem casinos desde 1920, a capital francesa está prestes a ser palco de um mercado milionário: pelos menos três “clubes de jogos”, uma espécie de casinos, serão inaugurados na cidade nos próximos meses.

Os estabelecimentos projetados não poderão ser chamados de casinos uma vez que não terão máquinas, caça-níqueis, roletas, nem blackjack, que logo são os jogos que ocupam 90% da receita dos casinos. Os chamados “clubes de jogos” parisienses não irão oferecer os jogos típicos de casinos, no entanto, terão disponíveis mesas de póker, bacará, bilhar, mahjong e ainda apostas desportivas e lotarias.

Para além destas condições restritas, cada estabelecimento estará sujeito a uma fiscalização rígida da circulação de fundos e ainda, numa etapa inicial do projeto, preve-se um período de teste de dois anos – o que significa que em 2020, os três “clubes de jogos” podem já não abrir portas.

O líder nacional do ramo, Grupo Barrière, que tem o prestigiado restaurante e hotel Fouquet’s, pretende entrar na capital logo na famosa avenida Champs-Elysées, um dos pontos mais frequentados pelo turistas.

Outro interessado neste mercado parisiense de jogos é Georges Tranchant, que, aos 88 anos comanda o quarto maior grupo do país, com o mesmo nome. Apesar das restrições, ele considera “impensável” não estar em Paris, agora que essa possibilidade existe.

Casinos nas cidades turísticas

Em França, existem no total 190 casinos espalhados por todo o país, em especial nas cidades turísticas. A condição é de que sejam instalados onde há menos de 500 mil habitantes, na esperança de restringir a frequentação aos turistas e combater o vício.

Outra modalidade, os chamados “círculos de jogos”, mais informais e com uma duvidosa relação com a criminalidade, ou foram fechados, ou não seduzem mais a clientela. Philippe Bon, delegado-geral do sindicato patronal dos casinos em França, avalia que os clubes vão instalar uma nova dinâmica na capital.

“Serão estabelecimentos dignos desse nome, implantados como uma empresa, como qualquer outra. Não haverá medo sobre a moralidade e as atividades que serão realizadas nos clubes”, garante Bon.

50% de impostos

No que toca às medidas fiscais, o Estado francês tomará 50% das receitas, uma taxa semelhante à aplicada aos casinos e que representará, numa estimativa, € 12 milhões a mais nos cofres municipais. A lista de barreiras impostas pelas autoridades desencorajou, pelo menos para já, o Grupo Partouche, o segundo maior do país, a investir em Paris. A empresa considera que “o modelo económico parece muito arriscado”.

“Estamos a acompanhar com atenção os projetos de abertura em Paris, mas, por enquanto, preferimos não divulgar os nossos planos. Ainda não apresentamos o nosso projeto e vamos analisar com calma”, comenta o diretor de comunicação do grupo, Maurice Schulmann.

“Todas as grandes cidades europeias têm o seu cassino e poderíamos pensar que Paris também poderia ter o seu.”, acrescenta.

As capitais francesa e italiana são as únicas da Europa a não ter um casino. Atualmente, o único casino na região parisiense é o de Enghien-les-Bains, que abriga o maior da França.

Os primeiros clubes parisienses devem abrir as portas até junho.

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